sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Era fim do dia. O sol alaranjado no horizonte. Nós deitados num sofá enorme, marrom, macio e felpudo. Na tv passava algum filme, mas o som estava baixo. Dois gatos esticavam-se dormindo no tapete. Nós dois aconchegados e alegres ríamos carinhosamente falando de tudo e de nada. O cheiro de café vindo da cozinha. A temperatura era amena, as janelas escancaradas nos permitiam ver o sol se pondo e sentir a brisa daquele lugar afastado de tudo. Os tons amarelados da casa, misturados a luz do sol. As cortinas balançando lentamente. Sabia que podia ficar ali pra sempre. Não sentia nenhuma dor, nenhuma angústia. Um sentimento pleno, de paz e felicidade. Em algum momento levanto para pegar o café que estava pronto. Ao chegar percebo que é a cozinha da minha casa e que tudo aquilo, na verdade, era um sonho. Desisto de voltar, pra não encarar a ilusão, e me esforço pra acordar. Com a xícara de café vazia na mão. Os azulejos frios, a louça na pia, os imãs na geladeira. Tudo terrivelmente familiar e real. Continuo tentando acordar. Até que consigo. E começo mais um dia. Cinza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário